30.5.07

via Portugal dos Pequeninos,

O "eduquês", representado pelo director de não sei que "gabinete educacional", um tal Carlos Ferreira, estava a falar com Mário Crespo quando saí para passear o cão. Este soixante-huitard,quid da "idade democrática": manter-nos a todos no mesmo plano infantil, imbecilizados, em nome da bendita igualdade e do repouso cívico. Qualquer dia não se distingue um macaco de uma criancinha.
presumivelmente pedagogo, queria convencer-nos que não vem mal ao mundo pela circunstância de os alunos do 4º e 6º darem erros ortográficos em provas de português destinadas à interpretação de textos. Ia ele nas "competências (este repelente jargão semiótico) quando a necessidade de urinar do meu cão falou mais alto. Fui ensinado a não dar erros ortográficos e a ser convenientemente castigado por os dar. Aliás, qualquer um de nós está sujeito a cometê-los. A diferença em relação aos novos monstros é que nós fomos treinados para os evitar, sem o peso da "pedagogia", da "pedopsiquiatria" e das "novas metodologias" em cima da cabeça. Na "primária" ensinava-se sobretudo a ler e a escrever. Hoje ensina-se a brincar com coisas sérias e, por isso, quando escutamos adolescentes nos cafés muitas vezes nos interrogamos sobre que raio de "competência" linguística será aquela. As nossas escolas não preparam ninguém para a complexidade e para a dificuldade. Pelo contrário, pagam tributo ao vício, à preguiça intelectual e à idiotia.
É esse o quid da "idade democrática": manter-nos a todos no mesmo plano infantil, imbecilizados, em nome da bendita igualdade e do repouso cívico. Qualquer dia não se distingue um macaco de uma criancinha.

Quanto mais ignorante, mais escravo,
Quanto mais iletrado, mais manipulável,
Quanto mais incompetente, mais politicamente correcto.
Tanta complacência e brandura para com a ignorância não existem por acaso: "Ignorance is strength"

26.5.07

Escreveu Aguiar-Conraria hoje, com lucidez:

"A máquina fiscal é diabólica. Pagamos IRC, IRS, IVA, IA, IMI, Imposto de Selo, Imposto sobre o Combustível, sobre Circulação de Veículos, sobre o tabaco, sobre sucessões e doações, sobre as transmissões onerosas de imóveis, Ecológico, Segurança Social, Taxa Social Única, taxas de rádio, taxas de conservação de esgotos… Uma imensa burocracia associada a cada imposto: impressos, regulamentos, isenções, normas clarificadoras.

O labirinto fiscal obriga a que as empresas e pessoas dediquem muitos recursos e energias para encontrar formas de pagar menos impostos. Há empresas com departamentos especializados em fiscalidade. Fiscalistas, contabilistas e advogados são pagos para encontrar atalhos fiscais. Recursos do Estado são consumidos neste inferno fiscal. Contem-se os funcionários dedicados a cobrar impostos e a combater fraudes fiscais, em processos judiciais que se empilham nas secretárias dos juízes. Estivessem todos estes recursos dedicados a actividades produtivas e o Rendimento Nacional seria notavelmente maior.

No Diário Económico de 2 de Maio, Tiago Mendes defendeu uma taxa plana para o IRS. Argumenta que, desde que houvesse uma isenção fiscal para os rendimentos mais baixos, a progressividade dos impostos não estaria em causa e evitar-se-iam os escalões mais altos do IRS, que desincentivam o trabalho. Aplaude ainda a simplificação fiscal que se conseguiria com a "flat tax".

Não concordo. Em primeiro lugar, não é óbvio qual o efeito líquido sobre os incentivos ao trabalho: quem ganha pouco pode ficar a pagar uma taxa marginal de IRS maior, quem ganha muito paga uma taxa marginal menor. Duvido ainda que, face à complexidade do nosso sistema, a diminuição do número de escalões de IRS tenha um impacto assinalável. Escalões do IRS não são mais do que uma estreita azinhaga na nossa encruzilhada fiscal.

Devemos ser mais radicais. Por exemplo, acabar com a maioria dos impostos, conservando apenas o IVA. Os recursos libertados seriam enormes com inegáveis impactos sobre o Rendimento Nacional.

Muitos políticos e economistas não gostam desta solução. Argumentam que, com um imposto único, pobres e ricos pagariam pela mesma bitola, não haveria justiça redistributiva.

Este argumento esquece o outro lado do sistema fiscal: os subsídios que o Estado dá. Imaginemos um esquema simples. A única receita do estado é o IVA, aplicado a todos os bens, e todos os anos o Estado transfere um subsídio para todas as famílias. Como se mostra em seguida, este sistema garante que há menos incentivos às fraudes, sendo mantidas, simultaneamente, a progressividade e redistribuição fiscais.

Imagine, a título puramente exemplificativo, que o único imposto é o IVA com uma taxa de 35% e que todas as famílias recebem uma transferência de 250 euros mensais. Para simplificar, admita que cada família gasta cerca de 90% do seu rendimento. Uma família com um ordenado de 650 euros mensais pagaria uma taxa líquida de imposto de menos 6% (taxa negativa: recebe mais do que paga), uma família com um rendimento de 1300 euros pagaria uma taxa líquida de 8,5%, e, finalmente, uma família com um rendimento mensal de 2600 euros pagaria 16%.

Como se vê, mesmo num sistema fiscal tão simples, a progressividade e a redistribuição podem ser fortes. Com uma taxa única de imposto sobre o consumo e um subsídio único ao rendimento, não há incentivos para não trabalhar: nem o salário paga impostos, nem a preguiça é remunerada. A única forma de fraude será fugir ao pagamento de IVA pelo que a máquina fiscal teria apenas de se concentrar na eficaz cobrança deste imposto. Adicionalmente, a opacidade fiscal diminuiria e mais facilmente dar-se-iam os portugueses conta dos valores absurdos que pagam em impostos.

Isabel Correia, investigadora do Banco de Portugal, dissecou estas contas. Concluiu que os mais pobres seriam os principais beneficiados, e que se verificaria uma diminuição das desigualdades sociais. Ou seja, um imposto único tem vantagens não só ao nível da eficiência, mas também ao nível da equidade.

P.S. Deixo aqui o link para o artigo principal de Isabel Correia:
Consumption Taxes and Redistribution”, WP 11-05, Banco de Portugal 2005.
O artigo é bastante técnico, um artigo mais acessível pode ser encontrado na página 91 do Boletim da Primavera do Banco de Portugal."


O pavor redefinido: centenas de pessoas em Vendas Novas, manifestando-se contra o fecho das urgências, sem perceberem que este governo nem sequer perde um segundo a considerar o seu acto de contestação. Assustador, porque a seguir alguém, algures, vai barricar-se, urrar, explodir. E faz muito bem, se o fizer. Estes cromos medíocres que andavam aos saltos de barba à Che e a clamar pelo ideal da enxada cooperativa, agora munem-se de gravatas e audis novos para mostrar ao zé grunho como se faz.

25.5.07

Mais um para o recycle bin

Depois de ouvir os "Sinais" de Fernando Alves desta manhã, tive que parar o carro ali à berma do eixo n-s para regurgitar o p-a. Nem no tempo da puta que pariu o maître de Santa Comba se viu isto. O Philip Roth não conseguiria narrar um Lindbergh mais sacro do que o António Costa no verbo oleoso com que a TSF permitiu hoje ao seu colaborador falar.

Um atentado à condição humana.

E a caravana passa.

Complemento à série Ministros da Morte

Direitinho d' O Catilinário (exc.) :


"Lembro um ministro da economia (coisa bizarra...) que já anunciou o fim da crise, ao vivo e em directo; que foi à China explicar aos investidores de lá as vantagens do baixo custo de mão de obra em Portugal (lá chegaremos...); que muito recentemente, face à notícia de que determinada empresa ia desligar 500 postos de trabalho, tranquilizou os súbitos desempregados e a nação em geral com a notícia, tão boa quanto falsa, mas válida por um dia quase inteiro, de que a mesma empresa ia criar outros 250 perto dali.

Ocorre-me um ministro da saúde que determinou a imperativa necessidade de taxas moderadoras para os abusadores que matam o ócio com intervenções cirúrgicas e internamentos hospitalares escusadas.


Rememoro um secretário de estado que num dia assegura a manutenção do congelamento das progressões de carreira e actualizações salariais dos funcionários públicos e agentes do Estado até aos idos de 2009 e no dia seguinte diz que esse aperto acaba já este ano.


Assalta-me o espírito um ministro do interior que logo depois de passar à condição de candidato autárquico pugna pela necessidade de debate sobre o tal aeroporto, que na véspera assegurava ser coisa indispensável e bem decidida.


Para não falar da tentativa de meter a vice-presidente do Tribunal Constitucional o boy jurídico de serviço há longos anos, em justa recompensa pelo seu muito esforço. Quando a coisa falhou, apesar de sempre ter sido metido a Juiz Conselheiro, em substituição da esposa, aproveitou-se a saída do outro para candidato autárquico e deu-se ao tal boy o Ministério da Administração Interna, pelo caminho ficando a nação a saber que por essa via a maçonaria trepava mais um bocadinho das escadas do Poder.

Lembro, também, a escolha do ministro da justiça, cuja passagem por Macau, recheada de sucessos memoráveis, oportunamente relatados na imprensa, lhe não beliscou minimamente as notórias aptidões para o cargo.
E como esquecer o truque trapaceiro de uma Sr.ª governadora civil que marcou eleições à pressa para ver se atrapalhava umas candidaturas potencialmente prejudiciais ao seu candidato?
Como não lembrar, neste contexto, o facto de há dias, segundo notícia não desmentida, um funcionário da PJ que agendara uma comunicação à imprensa, a propósito de uma pequena desaparecida no Algarve e que tem chamado por isso a atenção maciça da comunicação social, ter sido "aconselhado" pelos serviços do Ministério da Justiça a postergá-la (á comunicação...), pois que na hora prevista o candidato à Câmara de Lisboa iria fazer o anúncio da sua candidatura e do seu "programa"?

Poderia olvidar, já agora, que num dia o IEFP assegurou que o desemprego descera em proporções homéricas, e logo no seguinte o INE garantiu que pelo contrário ele subira como nunca desde há 22 anos?

Há maneira de não recordar o Pina Moura, ex-ministro, ex-gestor-público, actual gestor de uma empresa que actua no mercado que tutelou enquanto ministro (e agora nessa qualidade fazendo críticas à legislação que em muitos casos aprovou quando tinha a outra)?

Só agora me lembro, valha-me Deus, da inenarrável história do curso aldrabado do Sr. Pinto de Sousa, das suas aventuras académicas, dos termos que não existem, dos professores quadruplamente regentes, das provas de "inglês técnico" e etc. Já não choca, que o governo de Portugal tenha por primeiro ministro um exemplar do bom e velho "doutor da mula ruça", essa figura tão pícara da literatura e do folclore pátrios!
Entretanto, todos os dias sou lembrado da continuada e brutal perda de poder de compra que me aflige, sem fim à vista, como a milhões de cidadãos. "Trapalhadas"? "Disparates"? "Clima"? Náa... O Sr. Santana Lopes era um modelo de seriedade e rigor. Volte, que está perdoado. Comparado com o seu sucessor, é um fraco aprendiz da arte de semear a confusão e atascar o país mais um bocado. Mas a "opinião pública" ainda se não deu conta disso. Onde estão agora as "trapalhadas"? Os "disparates"? O "clima"? A "confusão"? Foi um ar que lhes deu; sumiram-se."

24.5.07

Os Ministros da Morte, #4

Almeida Santos: "e se alguém dinamitar uma ponte?"

Claro, sucede todos os dias.


Correia de Campos: "os cidadãos já percebem que o plano nacional de saúde está a produzir bons resultados"

Só se forem os que dependem de si para lhes assinar a folha de vencimento.


Mário Lino: "a margem sul é um deserto sem gente, não há nada, hospitais(...)"

A Ota fervilha em bulício incontinente, é de tal forma vulcânica que o PS já pensa em fazer as pazes com o Belmiro encomendando milhares de micro-hipermercados insufláveis para o que der e vier.


Lurdes Rodrigues: "uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu"



Vão todos à merda. Mais declaro por minha honra que nunca chamei filho da puta ao Líder do Querido.
Não resisto!!!

Lola_chupa escreveu hoje no Braganza-Mothers (transcrição integral hypertext):



Mário Lino não quer o aeroporto na Margem Sul, porque não mora lá ninguém. O comboio da Fertagus foi feito para ir visitar o Sahara, o Metro da Margem Sul é para os camelos passearem, Almada é uma aldeia com duas velhas desdentadas, que votam sempre Salazar -- o maior português -- Setúbal, a Amora, Cruz de Pau, Fogueteiro, Seixal, etc. parecem Vilar de Maçada, e os engarrafamentos da Ponte são de gente desempregada, os tais novos 150 000 postos de desemprego criados pelo Filho da Puta que nos governa.
A Ota tem 3000 habitantes por centímetro quadrado, tal qual como Tóquio.
A Alpeida Tantos, por sua vez, acha que um aeroporto com uma ponte pelo meio é perigoso, porque pode haver um atentado. Também acho, porque ela está a ver o país de cima para baixo, mas se vir de baixo para cima, tem exactamente o mesmo argumento. Nessa altura, safou-se o Engenheiro Mineiro, quando comprou os terrenos, do lado de Alcochete, porque lhe disseram que Vasco da Gama ia acabar ali, 1 000 000 de contos de expropriações, para uma ponte que ia servir um baldio, não era?
É assim, seus cabrões, A OTA NÃO IR PARA A FRENTE É AGORA UM OBJECTIVO NACIONAL, ENTENDAM ISSO, E VAI SER COMBATIDA POR TODOS OS MEIOS, POR TODA A GENTE E COM AS PIORES PALAVRAS POSSÍVEIS, e quanto à Margem Sul ser um deserto, bons broches fiz na Mata de Coina, coisa que tu, e os teus amigos pedófilos tinham de ir fazer ao Deserto da Casa Pia. As fodas eram em Elvas, Évora e outras cidades insuspeitas do Sul, e havia sempre uma ponte pelo meio.
A propósito, onde é que vocês "atacam" agora?... Linfomaescrotizem-se todos, seus cabrões!...

(imagem by KAOS)

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posted by Lola_Chupa

19.5.07

Assim o dita a Constituição da República Portuguesa

Artigo 21.º
(Direito de resistência)

Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.

O poder social-pidesco às claras

Professor de Inglês suspenso de funções por ter comentado licenciatura de Sócrates
in público.pt

Um professor de Inglês, que trabalhava há quase 20 anos na Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), foi suspenso de funções por ter feito um comentário – que a directora regional, Margarida Moreira, apelida de insulto – à licenciatura do primeiro-ministro, José Sócrates.

A directora regional não precisa as circunstâncias do comentário, dizendo apenas que se tratou de um "insulto feito no interior da DREN, durante o horário de trabalho". Perante aquilo que considera uma situação "extremamente grave e inaceitável", Margarida Moreira instaurou um processo disciplinar ao professor Fernando Charrua e decretou a sua suspensão. "Os funcionários públicos, que prestam serviços públicos, têm de estar acima de muitas coisas. O sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal", disse a directora regional, que evitou pormenores por o processo se encontrar em segredo disciplinar. Numa carta enviada a diversas escolas, Fernando Charrua agradece "a compreensão, simpatia e amizade" dos profissionais com quem lidou ao longo de 19 anos de serviço na DREN (interrompidos apenas por um mandato de deputado do PSD na Assembleia da República).

No texto, conta também o seu afastamento. "Transcreve-se um comentário jocoso feito por mim, dentro de um gabinete a um "colega" e retirado do anedotário nacional do caso Sócrates/Independente, pinta-se, maldosamente de insulto, leva-se à directora regional de Educação do Norte, bloqueia-se devidamente o computador pessoal do serviço e, em fogo vivo, e a seco, surge o resultado: "Suspendo-o preventivamente, instauro-lhe processo disciplinar, participo ao Ministério Público"", escreve.

A directora confirma o despacho, mas insiste no insulto. "Uma coisa é um comentário ou uma anedota outra coisa é um insulto", sustenta Margarida Moreira. Sobre a adequação da suspensão, a directora regional diz que se justificou por "poder haver perturbação do funcionamento do serviço". "Não tomei a decisão de ânimo leve, foi ponderada", sublinha. E garante: "O inquérito será justo, não aceitarei pressões de ninguém. Se o professor estiver inocente e tiver que ser ressarcido, será."

Neste momento, Fernando Charrua já não está suspenso. Depois da interposição de uma providência cautelar para anular a suspensão preventiva e antes da decisão do tribunal, o ministério decidiu pôr fim à sua requisição na DREN. Como o professor, que trabalhava actualmente nos recursos humanos, já não se encontrava na instituição, a suspensão foi interrompida. O professor voltou assim à Escola Secundária Carolina Michäelis, no Porto. O PÚBLICO tentou ontem contactá-lo, sem sucesso.

No entanto, na carta, o professor faz os seus comentários sobre a situação. "Se a moda pega, instigada que está a delação, poderemos ter, a breve trecho, uns milhares de docentes presos políticos e outros tantos de boca calada e de consciência aprisionada, a tentar ensinar aos nossos alunos os valores da democracia, da tolerância, do pluralismo, dos direitos, liberdade e garantias e de outras coisas que, de tão remotas, já nem sabemos o real significado, perante a prática que nos rodeia."


Este blog, o qual reproduz as convicções e valores do seu autor, é frontalmente contra o golpe de Estado em curso, levado a cabo por duas gerações de partidos políticos à esquerda e à direita, da qual resultam, hoje a estupidificação com vista à manutenção do statu quo, e amanhã um cenário oligárquico à semelhança do que foi retratado no filme "V for Vendetta", baseado na obra homónina de Alan Moore. É assim líquido depreender que a opinião conexa com os conteúdos aqui presentes vai no sentido de propor a imediata dissolução do - falso - sistema democrático vigente neste país, sob pena de empenharmos futuros que, embora oriundos de actos nossos, não nos pertencem e deveriam estar acima das compulsões, medos e atavismos que movem uma enorme maioria de portugueses.



(via jornal Sol)

O novo ministro da Administração Interna é maçon há vários anos, do Grande Oriente Lusitano (GOL), tendo recentemente fundado a Loja Nunes de Almeida – assim baptizada em homenagem ao ex-presidente do Tribunal Constitucional

Antes, Rui Pereira pertencia à Loja Convergência, de que foi ‘líder’ Nunes de Almeida.

Da Convergência fazem igualmente parte algumas figuras proeminentes do PS, como António Vitorino e Vitalino Canas (entretanto ‘adormecidos’, por não terem as quotas em dia).

A morte de Nunes de Almeida abriu fracturas dentro da Convergência, que se acentuaram com a eleição de António Reis (ex-deputado do PS) para Grão-mestre do GOL, em Junho de 2005.

Uma minoria de que fazia parte Rui Pereira apoiou então António Reis, contra uma maioria, onde se integrava o actual director do Expresso, Henrique Monteiro, que apoiou o arquitecto Luís Conceição.
Henrique Raposo no blog da Atlântico:

Temos o que merecemos

Facto 1: um juiz do tribunal constitucional, nomeado há dois meses, vai para o governo. É a mesma pessoa que liderou um serviço de informação. Três tipos de poder na mesma pessoa. Isto, nos países com tradição (liberal) constitucional, tem um nome feio. Em Portugal dizem que é “independente”.

Facto 2: o que se discute no país onde o facto 1 ocorreu? Se o Carmona é fixe ou não. Quem é que avança? Negrão? O central do Beira-Mar? Os jornalistas acham normal. Ninguém acha estranho verificar que o joelho de Mantorras tem mais share do que esta infracção sem vergonha da regra de separação de poderes.

Facto 3: Que fazem os outros contra-poderes (parlamento e Presidente)? Nada. Não há instituições em Portugal. Tudo anda ao sabor dos humores de 2 ou 3 pessoas. Isto também tem um nome feio nos sítios com tradição nestas coisas da liberdade e democracia. Em Portugal dizem que é a herança de Abril.

Somos uma democracia. Não somos uma democracia liberal como as outras. Gostamos de inventar. Há sempre uma via portuguesa para tudo. Temos uma via muito pouco recomendável para a democracia. Não há leis, regras, instituições. Só pessoas. Somos a modos que uma democracia mafiosa.


18.5.07

(via Gauss Gun)

A conversa telefónica a que Pedro Namora fez referência entre Ferro Rodrigues e António Costa aconteceu no dia 21 de Maio de 2003, entre as 18h54.31 e as 18h55.31. Nessa altura, Paulo Pedroso estava no Tribunal de Instrução Criminal, depois de ter sido detido para interrogatório na Assembleia da República.

António Costa (A.C.) – ... sim?...

Ferro Rodrigues (F.R.) – ... Tou Costa ...

A.C. – ... Ahn...

F.R. – ... Podes falar?...

A.C. – ... Posso...

F.R. – ... Podes... não tava só a pensar aqui, pá... para os meus botôes se... eh pá... aquela... digamos aquela fileira que... que são conhecidos os nomes... não deveria ser mais divulgada em ‘off’, junto de algumas pessoas, não é...

A.C. – ... Hum... talvez...

F.R. – ... Ahn?...

A.C. – ... Sim, talvez... talvez...

F.R. – ... Pois... talvez ...

A.C. – ... Do quê?... do núcleo sinistro?...

F.R. – ... Sim... sim... sim...

A.C. – ... Ah!... tá tratado...

F.R. – ... O NS... NS, Núcleo Sinistro...

A.C. – ... Tá tratado...

F.R. – ... Tá?...

A.C. – ... Tá tratado...

F.R. – ... Tá bem... pronto, porreiro...

A.C. – ... Ok?...

F.R. – ... Não sabes nada de especial, não houve sessões...

A.C. – ... Eh pá, não... falei com o Júdice (*) às sete e meia... ahn... e vou agora falar com o Constâncio... e pronto... Ok?...

F.R. – ... mas não falaste com ele ainda?...

A.C. – ... Ainda não... vou falar agora...

F.R. – ... É?... Ok...

A.C. – ... Até já...

(*) Que por coincidência é agora o mandatário da candidatura.

16.5.07

Não há de facto silêncio. Ter a TV ligada nos intervalos da bola é uma agressão, um evocar das hordas asiáticas cruzando o Dniepr, o pior dos suplícios, mais horrendo que a estrapada. É o apelo à bovinidade, parede celular do colectivo.
Frases e conversas que acordam um gajo para a realidade, ou como a amizade pode ser função dos conteúdos:


- "mas porque é que havemos de ir a uma tasca podendo estar noutro sítio? eu prefiro jantar a olhar para uma gaja boa e que se arranja toda do que ter que ver os pêlos da cara duma grunha qualquer".

Esta frase foi dita há uns anos por um dos meus melhores amigos. As pessoas mudam, muito. Não compreendendo, nem querendo sequer tentar encontrar uma solução a meio de tal caminho - porque quando janto, preocupo-me sobretudo com a mesa à qual me sento, companhia incluída, e com a qualidade do serviço prestado - fico-me assim por uma posição redutora e marco a pessoa que proferiu a frase, inevitavelmente, com o custo conexo.


- "e o C? foi despedido. e o B? ah, o B, esse agora parece que tem dez anos, diz que não quer trabalhar mais nisto, e tal. e o D? eh pá nem me fales nesse gajo, então ainda anda com aquele carro, até tenho vergonha de aparecer com o gajo"

Isto foi ouvido, porque deliberadamente não participado, em reuniões de amigos, naqueles eventos nos quais é suposto vivermos todos de peito aberto, sem máscaras, como sempre nos fizemos ver enquanto crescíamos; deixou de ser assim. Agora a bitola é sintética, e manda que se aprume o verbo pela ditadura primii inter pares. Também larguei.


- "é pá a tua conduta nos últimos tempos desiludiu-me um bocado"

Quem fala assim com amigos de infância, tem dois pesos e duas medidas.


Tudo isto ocorreu-me à boca de mais um ponto de viragem.
Muito rapidamente:

(via: Group910)

The European Union has drawn up guidelines advising government spokesmen to refrain from linking Islam and terrorism in their statements.Brussels officials have confirmed the existence of a classified handbook which offers “non-offensive” phrases to use when announcing anti-terrorist operations or dealing with terrorist attacks.
Banned terms are said to include “jihad”, “Islamic” or “fundamentalist”.
The word “jihad” is to be avoided altogether, according to some sources, because for Muslims the word can mean a personal struggle to live a moral life.
One alternative, suggested publicly last year, is for the term “Islamic terrorism” to be replaced by “terrorists who abusively invoke Islam”.
An EU official said that the secret guidebook, or, “common lexicon”, is aimed at preventing the distortion of the Muslim faith and the alienation of Muslims in Europe.



(via: Gates of Vienna)

State prosecutor Mika Illman demanded mandatory moderators for all internet discussion forums (this includes blogs, since blogs are discussion forums in a way).
This news item was not published in English either in hs.fi or Newsroom Finland, which publishes Finnish news in English.
Illman has previously worked with Ombudsman for Minorities Mikko Puumalainen, and Puumalainen quotes Illman’s works in his inquiry request against Mikko Ellilä.


(via: o que se passa aqui em casa)

90% dos meus alunos estão a 1 ano de obter direito de voto, carta de condução e uma autodeterminação mensurável. Para esta mesma fracção , as ciências exactas são um problema insolúvel, e julgo hoje saber porquê. Não será por inexequibilidade neurológica (quiçá devido a alguma mutação induzida pela evolução social) dos temas propostos, nem tão pouco pelo grau de exigência requerido pelos programas e professores: é por não compreenderem as questões mais simples, por serem incapazes de traduzir, em dois pensamentos conexos, os significados daquilo que é perguntado nas fichas, nos testes, nas aulas. Não sabem Português, e não o sabem porque quotidianamente não pensam, vegetam, derivam; é-lhes ofertada a liberdade suprema de nem sequer terem que decidir aquilo que querem fazer.

As duas notícias linkadas acima estão intimamente relacionadas com esta constatação, bem como com o rumo que a massificação da estupidez, induzida pelo governo socialista a soldo da Ordem sombria de Bilderberg e dos Eurocontroleiros, pretende - e conseguirá a brevíssimo termo - implementar na nossa descendência. O sono da razão produz monstros.

14.5.07

Bonsoir
Ton véhicule n'a pas l'air d'avoir de passager
Peux-tu,
Veux tu me recevoir,
Sans trop te déranger ?
Mes bottes ne feront pas trop d'échos dans ton couloir
Pas de bruit avec mes adieux
Pas pour nous les moments perdus
En attendant un incertain au revoir
Parce que j'ai la folie
Oui, j'ai la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie

Il était une fois un étudiant
Qui voulait fort, comme en littérature
Sa copine, elle était si douce
Qu'il pouvait presque, en la mangeant,
Rejeter tous les vices
Repousser tous les "mals"
Détruire toutes beautés,
Qui, par ailleurs, n'avaient jamais été ses complices
Parce qu'il avait la folie
Il avait la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie

Et si parfois l'on fait des confessions
A qui les raconter?
Même le bon dieu nous a laissé tomber

Un autre endroit, une autre vie
Eh oui, c'est une autre histoire
Mais à qui tout raconter ?
Chez les ombres de la nuit ?
Au petit matin, au petit gris
Combien de crimes ont été commis
Contre les mensonges, et soi disant, les lois du coeur
Combien sont là à cause de la folie
Parce qu'ils ont la folie
Ils ont la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie
Oui, c'est la folie
La folie
La folie
La folie
La folie
La folie

- Stranglers

9.5.07

Na Terra dos papa-vidas, #2

Tenho nojo de viver neste país medíocre, cobarde e ovino.

Repudio, renego e espezinho todas as ligações genéticas, sociais ou de ordem qualquer às demais gentes que aqui habitam, com que eventualmente tenha nascido.


A memória, como o fôlego, não fenece.


6.5.07

Vida sempiterna para quem faz dez anos
Todos, saúdem quem faz dez anos
Por ser água, sombra e o ventre da terra
Por vir luz, e fogo, e a hora mais clara
Todos, dobrem ombros a quem faz dez anos.

2.5.07

Há ex-mulheres que descobrem pérolas...

"O capitalismo libertou da fome geracional milhões de homens, deu-lhes oportunidades de ascensão e mobilidade jamais vistas na história social, facultou-lhes dignidade, abriu-lhes as portas do ensino e premiou o mérito. Ao invés, tudo o que se lhe opõe favorece a dependência e a infantilização, a protecção e aquela ilusão aconchegante que caracterizava a relação entre senhores e servos. A nova servidão, estatista, proteccionista, interventiva e reguladora, produziu comunidades abúlicas, incapazes de arrostar desafios e impossibilitadas de concorrer. Ontem ouvi uma, duas, três e mais desabafos contra o "capitalismo selvagem", o "capital explorador" e outros rodriguinhos de um socialismo rançoso bem datado no espaço e no tempo. Em vez de aceitarem o modelo económico que foi o agente da libertação do trabalho, culpam-no pelos males colaterais. Em vez de exaltarem o papel decisivo que o capitalismo atribui aos agentes económicos - que são todos os homens - identificam essa libertação e o triunfo do engenho e da iniciativa como uma afronta."

- Miguel Castello-Branco
"Let us define this. What is meant by the expression "black and white"? It means good and evil. Before you can identify anything as gray, as middle of the road, you have to know what is black and what is white, because gray is merely a mixture of the two. And when you have established that one alternative is good and the other is evil, there is no justification for the choice of a mixture. There is no justification ever for choosing any part of what you know to be evil."

- Ayn Rand, 1964

Impeachment, já!

Imagem: Kaos
Link para o texto: Arrebenta



Em virtude da urgência de intervenção, posto estar em vias de se iniciar a Presidência Portuguesa da União Europeia, e ainda não estar internamente esclarecido o carácter moral, a verticalidade política e a plena posse do perfil ético inerente às altas funções, a desempenhar perante os nossos parceiros europeus, vimos, com agrado, a enorme adesão, desde hoje registada, relativamente à proposta aqui lançada, de "impeachment" do Primeiro-Ministro José Sócrates, doravante designado, neste espaço de intervenção cívica, por "Cidadão José Sócrates".

Para que todas as dúvidas se esclareçam, o grupo de heterónimos, pseudónimos e homónimos que colaboram no "Braganza Mothers" integra diferentes níveis etários, é independente do género e da orientação sexual, e inclui tendências de expressão dispersas por todo o espectro político, desde as posições mais conservadoras, à militância, geralmente designada de "Esquerda" e a todo o tipo de criadores e livres-pensadores.
Uma coisa temos em comum: gostamos de nos expressar bem, por palavras e imagens, e não aspiramos a nada mais do que ao bem-estar e à transparência da sociedade em que vivemos, assim como dos cidadãos, nossos compatriotas, ou dos companheiros imigrados deste espaço de acolhimento nacional. Mais esclarecemos não sermos patrocinados por nenhum grupo económico, jornalístico ou de qualquer outro perfil generica, e sociologicamente tipificado, antes trabalhamos, única e exclusivamente, por motivo daquilo que, no Mundo Civilizado, se chama "Dever de Intervenção Cívica".

Neste preciso instante, e dado isto, uma coisa temos em comum: o consenso sobre a figura do Cidadão José Sócrates não se encontrar em condições de credibilidade política, necessária ao desempenho da Presidência Rotativa da União Europeia, posto nunca ter prestado, perante os Órgãos a quem deve, constitucionalmente, obediência e respeito, Presidência e Assembleia da República, declarações objectivas e documentadas, e, menos ainda, à Opiniao Pública Nacional, tendo-se apenas limitado a submeter-se a uma duvidosa exposição televisiva, que desprezou os canais institucionais de esclarecimento, e veio pôr, ainda mais a claro, ser o tema da sua teia curricular confuso, difuso, e passível de lançar ainda mais dúvidas sobre o cidadão comum.

Como Portugal não é, ao contrário do que se quer fazer passar, um país de gente acrítica, e suceder termos a sorte de continuar a ter, entre nós, pensadores, intelectuais, criadores e críticos de calibre europeu, este Grupo Independente volta a lançar o apelo para uma mobilização cívica que impeça que a Presidência Europeia possa vir a ser ocupada por uma figura sobre as quais pairam suspeitas, recentemente julgadas suficientemente críticas para terem desencadeado, por parte de Sua Excelência o Procurador-Geral da República, uma investigação judicial aos métodos e boas práticas -- ou sua ausência -- correntes na emissão de diplomas, por parte da Universidade Independente, mais especificamente, no que nos interessa, sobre um diploma, publicamente apresentado pelo Cidadão José Sócrates, como comprovativo da validade de posse de um grau académico de "Licenciatura em Engenharia Civil".

Como nos parece impossível vir a esclarecer-se, em tempo útil, o clima de suspeita que reina em toda a Sociedade Portuguesa, e incorrer-se no risco dos ecos de má-fé -- dada, nos próximos seis meses, a nossa visibilidade nacional acrescida -- poderem, como já começaram, a alastrar por todas as opiniões públicas dos estados nossos pares, vem este grupo de cidadãos voltar a solicitar, caso o Partido Socialista, mandatado pela legitimidade de uma Maioria Absoluta, legitimamente obtida em sufrágio universal, se mostre incapaz de resolver o problema atrás exposto, a intervenção das devidas instâncias, nomeadamente, desencadeando-se um processo de inibição, e, em último caso, de destituição do cargo ocupado pelo Cidadão José Sócrates Pinto de Sousa.

Nós, Portugueses de boa fé, não queremos participar de uma anedota alastrada a todo o Continente Europeu.

Pela urgência do facto, se pede a máxima divulgação deste texto, e a criação, em seu redor, de uma massa crítica de Opinião Pública, de modo a poderem desencadear-se os mecanismos de salvaguarda democrática necessários à resolução do problema atrás referido.

Agradecendo antecipadamente, toda a equipa de redactores e leitores do Blogue "The Braganza Mothers".

1.5.07

Atribuído pelo http://ferias-mentais.blogspot.com/ veio ornamentar-nos a feroz e cansada clavícula este



e cito, com um grande beijo,

"A opinião pública é a opinião publicada nos meios de comunicação, que já não dependem de subscritores, leitores, telespectadores ou ouvintes, mas sim dos seus anunciantes. Trabalham com notícias que procedem, em mais de 90% dos casos, das mesmas fontes transnacionais ou governamentais, quer dizer, directamente do dono ou do seu instrumento. Cada vez mais existe a impressão de se ver uma só televisão e um só jornal com diferentes apresentadores ou designs. É a uniformidade disfarçada de diversidade.

A democracia é eleições pluri-partidárias ou não é, se bem que seja também corrupção, clientelismo, apatia politica e abstencionismo. Os “gurus” do pensamento trabalham destemidamente para garantir ao sistema que com o voto só muda a cor da mascara com que se tenta encobrir a dominação.

Os milhões que protestam contra a exploração capitalista, a guerra ou os genocídios, nunca serão chamados dissidentes, mas sim “terroristas”, “globalifóbicos”, ou quanto muito ”bandos”, como tal podem-se reprimir, assassinar e torturar impunemente com as armas da democracia representativa.

A Internet, ainda que também invadida pelas grandes empresas, brindou aos movimentos sociais a possibilidade de colocar, de imediato e a baixo custo, a informação que oculta a inundação mediática.

Nestes tempos de Internet e exclusões, de satélites e fome, Carlos Max, sorridente e subversivo, sussurra nos ouvidos do mundo: “dissidentes de todos os países, comuniquem-se”.

"Elogio da dissidência" por Iroel Sánchez


E como dizia Noam Chomsky... As coisas acontecem no mundo devido aos esforços de pessoas dedicadas e corajosas, de cujo nome ninguém ouviu falar, e que não passam para a História.. por isso... em sinal de gratidão e reconhecimento pelo contributo que esses anónimos dão à liberdade, o Férias decidiu criar o seu próprio prémio: Prémio Dissidência Digital.

And the winners are:

Arrebenta com Braganza Mothers
Kaos com Kaos in The Garden
António Balbino Caldeira com Do Portugal Profundo

FMS com A Caverna Obscura"

Obrigado, André!


"Todos os Homens honestos mataram César. A alguns faltou arte, a outros coragem e a outros oportunidade mas a nenhum faltou a vontade."

-Marcus Tullius Cicero, Philippicae